Quando o silêncio fala em mim, ouço riso e melodia em minha alma... A voz do silêncio é suave e as palavras se calam para ouvi-la. É como voz de criança, doce, gentil, frágil... Pode-se perdê-la por desatenção... Pois, silêncio para ser entendido requer atenção absoluta... Estou aberta e me esforço para ouvir melhor esta pequena voz dentro de mim... Calo as palavras, o pensar e abro o coração... Uma voz (infantil) que, assim como uma criança, fala suave, traz à superfície sentimentos mais intensos... E no som do silêncio um diálogo interno toca minha alma... Ouço perguntas que, com minha lógica de adulto, não consegui responder: - “Sabes por acaso de onde vem meu riso”? Não sabes? Então escuta, ela um dia veio... Mas agora se calou... Não está aqui... E poderás me dizer: - Como não está se aqui estás? Eu te direi: - Tenho te enganado... Quer que eu te explique melhor? O riso se calou porque a vida está em pausa... Dirás: - Acaso não vives? Não respiras, não sentes, não falas, não dormes, não te comunicas, não comes? Eu direi: - Sim... E não... Isto não é constante: Sempre respiro (mas às vezes, esqueço). Às vezes como... Às vezes falo... Às vezes durmo... Poucas vezes me comunico... Muitas vezes sinto... E te direi mais: Só isto não é viver... - E o que é o viver? - Espera... Saberás ao me escutar... Meu riso te dirá, um dia, quando voltar. E o silêncio se calou... Tenho esperança do viver regressar... Um dia... Quando o riso renascer...